Minha vida atual no Canada
Jantar para arrecadação de fundos para o CRESMAM em 1999 |
O presente é de qualquer forma tibutário do passado. Para falar de minha vida atualmente no Canada,
teremos que recuar um pouco no tempo. Cheguei aqui, no Canada, no província do
Quebec, em setembro de 1971. Deixei a cidade de
Codó, onde exercia a função de vigário cooperador. Depois de doar dez anos de
minha vida (sem férias) à diferentes comunidades do Maranhão (Morros,
Pedreiras, Dom Pedro e Codó) sentia a necessidade de parar um pouco para fazer
uma retrospectiva de minha vida pessoal e sacerdotal. O lugar mais indicado não
poderia ser outro do que aquele que me acolheu em 1959 (Provincia do Quebec, no
Canada) graças à generosidade da familia
Rolland Lessard. Aqui cheguei trazendo comigo minha pequena bagagem e os
meus dez anos de experiencia de vida, adquirida no trabalho quotidiano, junto às
diferentes comunidades, nas quais me
doei completamente.
Um
novo capítulo se abre no livro de minha vida. Sem nenhuma preparação para
enfrentar a nova realidade, tive que me submeter a todo tipo de trabalho para
poder ganhar alguns tostões e aos poucos me inserir numa nova vida. Graças ao
casal da familia Leblanc/Lessard que me
acolheu de braços abertos, tive a oportunidade de refazer os meus estudos na
Univerdidade de Montréal, durante dois anos, e assim obter o mestrado em Sociologia. Foi assim que em 1974 pude
assinar um contrato para ensinar numa ecola secundária, na cidade de
Fort-Coulonge. Este trabalho me permitiu aos poucos conquistar uma certa
independência econômica e passo a passo me estabilizar na minha nova vida. Com
muita confiança na vida, relevando a cada dia novos desafios, pude conquistar o
meu lugar nesta sociedade onde continuo dando aos outros aquilo que recebi, da
parte de muita gente por onde andei, o acolhimento, a alegria de viver, o amor
e a partilha. Sinto-me feliz de poder retribuir um pouco do muito que recebi.
Hoje, sou aposentado do meu trabalho, como
professor. Um ano depois, como aposentado, pensei que a melhor maneira de
empregar o meu tempo seria de continuar a minha missão, justamente começada em
Pedreiras, de servir à causa das mulheres que não têm voz e nem vez, às nossas
irmãs marginalizadas, excluidas, desacreditadas e preconceituadas. Uma grande
parte do meu tempo é reservado à sensibilização das pessoas daqui ao problema
da exclusão social e econômica das
mulheres de Pedreiras. A cidade de Pedreiras é conhecida aqui, graças ao
trabalho de divulgação que fazemos do Cresmam. Por isso hoje poderemos afirmar,
sem medo de errar, que a historia do Cresmam está atrelada tambem à história de
Pedreiras. O Cresmam foi e continua sendo um canteiro onde se planta e se colhe
a dignidade, a liberdade, a solidarieda e a inclusão social de muitas mulheres
na propria comunidade de Pedreiras. As testemunhas vivas desta experiência poderão
afirmar de uma maneira muito mais decisiva do que as minhas próprias palavras.
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